O Grof® Breathwork é um método que permite a autoexploração, a autodescoberta, e a transformação interna, recorrendo a ferramentas atuais da investigação da consciência, como a psicologia transpessoal ou a antropologia e as tradições e práticas espirituais do oriente e do ocidente.
Stanislav e Christina Grof desenvolveram a respiração holotrópica, e desde 1976, têm usado esta abordagem em retiros vivenciais em todo o mundo, desde a América do Norte, Sul, Europa, Austrália e Ásia. Stanislav Grof, M.D. Ph.D., é um dos fundadores e principais teóricos da Psicologia Transpessoal, que há mais de 60 anos trabalha com a pesquisa moderna da consciência, é um dos pioneiros da Terapia Psicadélica e até à atualidade o psiquiatra/psicoterapeuta que mais casos seguiu e guiou na sua carreira profissional. Christina Grof, Ph.D., foi professora, autora e fundadora do Spiritual Emergence Network.
Stanislav e Christina Grof
Este método do Grof® Breathwork deixa um profundo impacto em quem o utiliza. Recorremos a uma respiração acelerada e profunda, música e um trabalho corporal para a libertação das tensões acumuladas. Estes recursos levam os participantes a acederem a estados não ordinários de consciência, também denominado por Stanislav Grof de estado holotrópico que é um neologismo composto de duas palavras gregas – holos, que significa totalitário e trepo/trepein, que significa mover-se em direção, ou seja, mover-se em direção ao todo, à totalidade.
Ao acederemos a estes estados profundos de consciência, é possível aceder a todos os níveis da experiência humana: o nível biográfico, perinatal (próxima do nascimento) e transpessoal, que engloba tudo o que transcende o nosso corpo, ego e personalidade, por outras palavras, é a dimensão espiritual da vida.
Uma característica marcante dos estados holotrópicos é a ativação de um mecanismo terapêutico inato, involuntário. Tal como o nosso organismo possui uma inteligência própria para realizar processos como a digestão ou a cicatrização de uma ferida, nos estados holotrópicos, o nosso organismo é capaz de ativar uma inteligência interna de autocura psíquica, que age como um radar interno, trazendo à consciência conteúdos psíquicos mais relevantes e disponíveis para serem processados. Esta inteligência curadora interna torna-se numa sabedoria terapêutica que transcende a compreensão cognitiva de um terapeuta ou de qualquer escola de psicoterapia. Através da respiração holotrópica, o facilitador mantém sempre uma neutralidade e nunca sugere qualquer tema a ser trabalhado, nem dirige o processo. Como o nome indica é um facilitador de processos e não um guia. A sua função é acolher os participantes sem julgamento, permitindo que esta instância do curador interno permita atuar e fazer emergir no momento o que tem que ser experienciado. O facilitador garante a segurança do trabalho e intervêm apenas em situações excecionais ou quando for solicitado. Por vezes, surge a necessidade do facilitador oferecer um tipo de trabalho corporal com o intuito de ajudar a libertar bloqueios emocionais e bioenergéticos, seguindo o fluxo da energia ativada pelo curador interno.
Nas sessões experienciais, os participantes trabalham em par, alternando os papéis de respirador e cuidador, sem ser necessário qualquer experiência prévia. São processos que podem ser bem catárticos, pela possibilidade que os participantes têm de expressar as emoções reprimidas, libertando as pessoas dos seus padrões de comportamento que durante anos os foram bloqueando na sua vida.
Como trabalho de integração destas vivências, são sugeridas algumas formas de expressão através da arte-terapia, através do desenho e pintura de mandalas, do soul collage e da partilha das experiências. Todos estes elementos, ajudam os participantes no processo de integração, aceitação e compreensão das suas experiências.
É importante referir que Grof® Breathwork não substitui nenhuma psicoterapia, é antes um processo que pode ajudar e complementar o processo psicoterapêutico de cada um.
A investigação científica e a nossa experiência revelam que este método tem resultados bem eficazes em Perturbações da Ansiedade, nos Transtornos de Stress Pós-Traumático e nos Transtornos Emocionais e Psicossomáticos.
Contraindicações
É contraindicada para pessoas com doenças vasculares e cardiovasculares graves, hipertensão severa, glaucoma, diabetes, doenças contagiosas agudas, cirurgias recentes, doenças psiquiátricas, epilepsia e gravidez, no entanto, cada situação deve ser avaliada previamente e pessoalmente com um facilitador certificado.
Referências Bibliográficas
- Bizarro, R. (2018). Respiração Holotrópica: Uma Abordagem Transpessoal. Edições Mahatma
- Grof, S. (1988). Além do Cérebro. São Paulo: Editora McGraw-Hill.
- Grof, S. (1997). A Aventura da Autodescoberta. São Paulo: Summus Editorial.
- Grof, S. (2000). Psicologia do Futuro: Lições da investigação moderna sobre a consciência. Editora Via Optima
- Grof, S., Grof, C. (2011). Respiração Holotrópica: Uma Nova Abordagem de Autoexploração e Terapia. Rio de Janeiro: Numina.
- Grof, S. (2015). Cura Profunda: A Perspectiva Holotrópica. Rio de Janeiro, RJ: Numina.
- Grof, S. (2019). The Way of the Psychonaut, Vols. I, II, CA, USA: MAPS.
- Taylor, K. (1994). The Breathwork Experience – Exploration and Healing in Nonordinary States of Consciousness. CA, USA: Hanford Mead Publishers.
- Taylor, K. (2003). Exploring Holotropic Breathwork, Selected Articles from a Decade of The Inner Door. CA, USA: Hanford Mead Publishers. Este livro é uma referência para pesquisa, pois contém 144 artigos, escritos por 85 autores de várias partes do mundo, que compartilham suas experiências, observações, teorias e pesquisas na área.
- Taylor, K. (2007). The Holotropic Breathwork Facilitators Manual, CA, USA: Hanford Mead Publishers.
- Taylor, K. (2008). Considering Holotropic Breathwork, CA, USA: Hanford Mead Publishers.